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Correntes de Pensamento – Mediunidade


     “Para compreender-me seria necessário saber como vivo, como penso, como sofro, como amo”.

Nesta proposta de reflexão sobre a mediunidade e as correntes de pensamento, buscamos os conceitos que apresentamos na obra de Pietro Ubaldi, principalmente no Livro As Noúres. Traçamos abaixo, com as palavras do autor a nossa compreensão do tema proposto e compartilhamos com os amigos que, como nós, busca compreender a própria mediunidade.
Referindo se a frase inicial Ubaldi nos diz: e faço isso através da mediunidade, que me transforma com a evolução e possui dois tipos: a de inspiração e a intelectiva; sendo a primeira a que provem dos centros nervosos afetivos do coração; a segunda a que provem dos centros nervosos intelectivos do cérebro. Porém, é um caso bem diferente dos tipos comuns de mediunidade. Não é mediunidade física. Não é mediunidade intelectual inconsciente. Pois sim, é mediunidade intelectual consciente no plano superior em que trabalha as consciências e para o qual se desloca a minha consciência, na plenitude de suas forças. E  finaliza dizendo, “esta é a condição de minha mediunidade”.
Sou um exilado na Terra e busco desesperadamente a minha gente e a minha pátria distante. Eis o conceito: a linha que percorro e ao longo da qual me elevo e/ou desço, “é a dimensão evolução”. Este sujeito atravessa sozinho o ilimitado deserto da desesperança, sem a compreensão de muitos; na louca dança dos egoísmos, onde o “mundo”, jamais, soube oferecer um gesto de amor ao seu ser quebrantado. Agora, porém, o médium (sujeito sensitivo) já venceu a barreira do preconceito. Não mais necessita da compreensão da terra, porque já lhe chegou a do céu – plano espiritual.
Pietro Ubaldi, para nós Espírito, reencarnação de Pedro Apostolo, se intitula: “eu sou, porém, um revolucionário e um rebelde, e todas as forças atávicas se encarniçam em torno do violador que quer superá-las”. Necessitamos de um doloroso esforço de desprendimento da natureza humana inferior, que vai deixando atrás de nós, sangrando, aos pedaços, ao longo do caminho de minha vida, por condição da inspiração, que nos prepara para viver a mediunidade em Cristo Jesus.

Como Vivo, Como Penso, Como Sofro, Como Amo ...
Ubaldi em sua obra que, atrevemo-nos a comentar, certos da nossa pequenez diante de Espírito tão Grandioso, nos apresenta as Correntes de Pensamento, as quais segundo ele se tornam fonte de todo o Saber, manancial ao qual nos conectamos para usufruir da sabedoria produzida ao longo da existência humana. É com está certeza que compartilhamos os próximos quatro tópicos deste texto, fruto deste manancial de Luz, que certamente reflete o pensamento e Pietro Ubaldi.

Como Penso:
As correntes de pensamentos são como nuvens a vagar pelos espaços das energias, se agrupam por afinidades, se organizam por similitudes, ganham força com os ventos do desejo e chegam as nossas mentes qual tempestade que destrói tudo que encontra pela frente.
As correntes de pensamento são como um turbilhão incontrolável, nossas forças nada pode contra este turbilhão que, nos apresenta como tempestade de sentimentos, seja, pela paixão que pode levar ao Amor, seja, pelo ódio que pede levar a penas futuras.
Tal qual, o simples conto infantil que nos questiona onde construímos nossa casa, também devemos nos questionar de como está à proteção de nossa mente, onde construímos nossa história... Foi sobre a areia movediça dos desejos mundano da vida material...
Realmente pensamos, ou refletimos os pensamentos de outrem? Questionais as vossas mentes, sobre a similitude do seu pensar, com as ações de seu dia-a-dia. Relacionai o seu pensar com o projeto de Amor que o Pai lhe propôs como as metas de tua reencarnação.
As correntes de pensamentos são como rios que percorrem os céus por sobres os que se assemelham as tuas vibrações, sejam negativas ou positivas – maus ou bons. Estas correntes vão levando de roldão todos os desavisados que ela encontra pelo caminho que, responde sim ao primeiro impulso.
Protegei a vossa mente, visto que, ela é o compartimento donde se estoca tudo que é necessário para grande e derradeira viagem. Pois bem, é neste espaço desconhecido que chamamos de mente/consciência que registramos o destino de nossa viagem e carregamos as vestes para os nossos encontros com o Pai.

Como Vivo:
A vida é como as decisões de um agricultor que escolhe qual semente plantar, decide o período em que vai plantar, escolhe os equipamentos e prepara a terra, semeia, cuida para que a mesma nasça, retira as ervas daninha e aguarda o tempo da colheita, para verificar a qualidade dos frutos produzidos.
Viver é cumprir o projeto de Amor que o Pai de todas as criaturas nos preparou como prova para nossa evolução, no caminho que ascende à Casa do Pai que nos Criou. Mas, como e onde reconhecer este “projeto de Amor”? Ele está escrito nas entrelinhas do comportamento daqueles que ele lhe deu, por família e amigos.
Em tudo que podemos tocar ou contemplar, há uma lição a ser aprendida para o processo evolutivo. O universo está em expansão, vibrando em ondas de Amor Criador que emana do Pai. Porém, a parte em que habitamos se constituir do desmoronamento da arrogância, do egoísmo e do orgulho destas criaturas.
O nosso projeto de Amor é reconstruir a sociedade do afeto em lugar da sociedade do consumo. Portanto, estaremos sob constantes ataques dos que não compartilham dos nossos desejos e sentimentos e, de tudo faram para destruir as nossas relações donde pode aflorar a planta do verdadeiro Amor.
 O primeiro passo em nossa batalha pela vida e reconhecer do que precisamos para seguir em ascendência rumo ao alto. Necessitamos de desenvolver a inteligência e fortalecer as proteções, não precisamos de naves que nos leve em alta velocidade. Devemos caminhar tranquilamente por entre as arvores.
A evolução é lenta aos nossos olhos, mas velos aos olhos da infinitude da vida, pois o ritmo do caminhar deve se coadunar com as necessidades de provimentos para a subsistência da alma no além tumulo. A bagagem de nossa consciência deve estar sempre pronta para a derradeira partida rumo à evolução.

Como Sofro:
As intemperes da vida nos atingem conforme as barreiras de defesas que possuímos, quer físicas, psíquicas, sentimentais e afetivas. O preparo para vida na matéria que se deteriora/apodrece, inicia-se com a escolha da nossa geração biológica da veste carnal que, se habita por período determinado.
A biologia médica de nosso tempo pode explicar as doenças que causa-nos dor física, degeneração de nossos corpos, suas possíveis formas de não desenvolvimento. A preservação da matéria que constitui a nossa veste carnal esta intimamente ligada a nossa preguiça e nossas escolhas alimentares.
O psiquismo é a capacidade que temos de compreender o mundo físico e espiritual que nos rodeiam, reflete as nossas possibilidades de transito por conceitos divergentes, dos que possuímos no inato e correlacioná-los com os nossos desejos de evolução que, invadem o nosso ser sem nossa permissão.
O modo como sentimos é o fio condutor para elaboração de nossas respostas as necessidades físicas e/ou psíquicas. Sentir é tocar, perceber, compreender, aprender, transformar-se... O sofrimento está na dissonância das nossas energias com as energias que nos cercam e se conectam conosco.
Porque sofro de carência de afeto? Pois bem! O nosso ser não é autossuficiente, não sobrevive sem o contato... O conectar-se com outras energias da sentido a nossa existência, nos aquece, alimenta os nossos instintos animal, nos conduz a caridade do cuidado, desperta os nossos desejos de criador e criatura.
Identificar o motivo do meu sofrer e tarefa evolutiva. O ser evoluído sofre ao adentrar em recinto carregado de energias deletérias e fétidas. O sofrimento é desequilíbrio de energias, quer física ou psíquica. Mas, qual o motivo de meu desequilíbrio? Como posso me reequilibrar? Processo evolutivo...

Como Amo:
O amor ao contrario dos conceitos que vós conheceis não, se trata de um sentimento, pois sim, de uma ação. Vós todos conheceis o dito do Cristo que a fé sem obras não produz a salvação. O ensinamento espírita que sem caridade não há salvação. Portanto, obras é ação, é amor ao próximo.
Compreendei e gravai em todo o seu ser os mandamentos da salvação de tua alma. Amai a Deus sobre todas as coisas e ao teu próximo como a ti mesmo. Reconheça-se abaixo do ser criador e em mesmo degrau evolutivo que teu irmão que caminha junta a ti em tarefa evolutiva na senda do Senhor.
Amar é um ato de vontade, um caminhar ao encontro de... O sentimento nada mais é que a reação química que o organismo físico apresenta, após o confronto da realidade percebida com os conceitos solidificados em nossa mente. Este sentimento se manifesta em nosso ser quer seja de forma física ou psíquica.
Amar é um ato de coragem, um remar contra a maré..., uma busca constante de evolução coletiva e não egoica, solitária... Quem ama é capaz de imersão de retorno no caminho que já trilhou para encontrar e caminhar junto com os retardatários do processo evolutivo.
O amor é uma ação, não um sentimento e ação pressupõem preparação, não é instinto como o afeto. Mas, o amor se compõe de sentimentos, afetos, desejos, em um ato de escolha consciente e planejado. Ninguém ama espontaneamente, isso é paixão, arrastamento irresistível ligado aos nossos vícios.
O amor é, pois, um ato de escolha que nos vai trazer sofrimento, realizações, evolução, salvação... Quem ama não sofre, visto que, caminha com resignação pelo caminho pedregoso que construiu em outrora e faz reconstruir o terreno de nova semeadura para continuidade de si mesmo.

Considerações finais sobre as Correntes de Pensamento

“Não sabemos senão em razão da nossa faculdade de recepção”.  Pitágoras

Ao longo da história muitas palavras têm sido usadas para defini-las: inspiração, visão, êxtase, rapto dos sentidos, intuição, mediunidade, o demônio, o espírito, a subconsciência, a superconsciência, entre outras. Nós usamos mediunidade sensitiva, intuitiva...
A sabedoria moderna, que tentou matar essa sensibilidade, não poderá sorrir ceticamente. Pois sim, venceu a principal ideia desenvolvida pelo profetismo hebreu, num ascensional movimento de evidência e poder, foi à ideia da centralidade espiritual de Jerusalém e da vinda do Salvador do mundo. Hoje migrados da Jerusalém celeste para, simplesmente cidades espirituais.
Portanto, é chegada a hora em que a mudança da civilização impõe um passo à frente na lenta e progressiva realização do Reino do Deus na Terra, de que o Evangelho não foi se não o anúncio; impondo sua atuação individual e a organização social na coletividade humana, o advento de Cristo à sociedade, a descida do espírito de verdade, de amor, de justiça às instituições, à vida dos povos.
Um fato ressalta-se evidente nos fenômenos mediúnicos inspirativos: as correntes noúricas não se manifestam jamais através daqueles que parecem os mais preparados, isto é, os poderosos e os sábios da Terra, mas preferem os simples e os humildes, escolhendo para instrumento os que parecem ser os últimos dos mortais.
Todo médium é uma antena, sensibilizada, sintonizada a uma consciência física (cérebro). Sendo a primeira condição para a captação de noúrica, é o da ascensão espiritual, visto que, a questão da mediunidade e a do aperfeiçoamento espiritual deve coincidir. Quanto mais se purificar, mais se ampliará o raio de sintonização e captação.
O médium deve afinar diariamente o delicado instrumento da ressonância no desapego, a fim de poder facilmente superar, sem correspondência, o mar de noúres envolvidas e barônticas que lhe circunda. Ao sensibilizar-se, cada dia, o ambiente para que, por diferença de sua natureza, permaneça surdo as vibrações mais baixas e se lance, pelo contrário, para o alto, somente vibrando em emanações elevadas.

Fonte:

UBALDI, Pietro. As Noúres: técnica e recepção das correntes de pensamento. Tradução de Clovis Tavares. 2ª ed. – Lake : São Paulo